O canto em mim se calou
Tenho sido como esta minha voz enrouquecida
Enfraquecida...
Cri, mas não vi.
Esperei, mas não alcancei.
Não entendo o tempo...
Parecia-me favorável
Mas agora parece escorrer em minhas mãos
Urgência! Urgência!
Ouço uma urgência dentro de mim
Quem apressou o relógio?
Meu ser, partícula ínfima nesta imensidão de Deus.
Uma voz suave tenta me convencer de meu valor
Ah, como eu queria que gritasses!
Despertarias a dormência provocada pela solidão
Libertarias meu peito oprimido...
Sonho com montanhas, mas elas são frias.
Sonho com as águias, mas estas são solitárias.
Sonhar...sonhar... Sonhar ou viver?
Manhã e tarde. Outro dia. O que fiz?
Que cadeias me prendem?
Medo? Culpa? Insegurança? Confusão?
Sede indomável.
Ó fome, por que não te sacias?
Almas, promessas, profecias.
Palavras soltas? Desejos vãos?
Quem tenho sido?
Planos, projetos e metas...
Quais mãos os traçaram?
E se embaralham as mãos
E se misturam as vozes
Comandos, sugestões, críticas...
Onde estás, ó voz doce? Por que não gritas?
Meu amor continua doendo.
Não sei apagá-lo...
Bárbara Guedes
0 comentários
Postar um comentário
Deixe aqui a sua contribuição,pois a sua opinião me inspira.