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26 de outubro de 2009

E o sonho se cumpriu - Parte 4

Era inicío de 2005.

Naquela manhã Lucy não amanheceu bem e ficou em casa. Tomou os remédios prescritos pelo seu médico. Não achávamos que fosse grave, pois tinha se recuperado bem da cirurgia. Inclusive, já havia cicatrizado.

À tarde dei uma passada em sua casa para vê-la. Ela ainda sentia dores, mas me tranqüilizou dizendo que quando o remédio fizesse efeito ficaria melhor. Fui então com Jilvânia e Andréa, pois tínhamos marcado para evangelizar umas famílias.

Quando retornei do evangelismo, passei lá novamente e ela não tinha melhorado. Fiquei preocupada e decidi que iria falar com minha prima Rita para providenciarmos levar Lucy ao hospital local, pois meu cunhado ainda não tinha voltado do trabalho.


Conversei com Rita e voltamos para levar Lucy. Como Sérgio já havia chegado, fomos todos para o hospital.

Depois de atendida, ela ficou em observação. Lucy tinha enjôos repetidos e vomitava até água. Eu sabia que não tinha condições físicas de passar a noite ali com ela, devido ao problema de saúde que eu mesma estava enfrentando, mas pensei na possibilidade. Lucy me disse não ser necessário, pois ela iria melhorar.

Lembro-me que orei por ela e a beijei nos cabelos. Foi a última vez que vi minha irmã com vida...

Acordei com a informação de que logo cedo Rita e Sérgio tinham levado Lucy às pressas para o hospital de Valença. Ela tinha piorado nos sintomas.

Minha angústia aumentou, pois eu não sabia se ficava com minha mãe que é hipertensa e cardíaca ou se devia ir para contá-la dos sonhos; a essa altura eu achava que ela podia ter alguma mágoa no coração que se ela perdoasse ficaria sarada. Mas eu não tinha certeza.

As horas passavam, eu procurava acalmar minha mãe e minha sobrinha Leandra, filha única de Lucy. E ao mesmo tempo tentava falar com Lucy. Liguei para Rita no hospital e lhe pedi para dizer à Lucy que limpasse seu coração. Depois, ao saber que Cida e o Pr. Valter viajariam para Salvador, contei-lhes minha preocupação e pedi-lhes que quando passassem por Valença fossem ver Lucy, pois tinha que cuidar de minha mãe e de Leandra.

Depois chegou a notícia de que Lucy não melhorara e deveria ser transferida para a capital, pois lá havia mais recursos.

Por dentro eu lutava para crer no melhor; os sonhos viam à minha mente, mas eu precisava fortalecer aos demais...

Procurei providenciar roupas e transporte para levá-la à Salvador. E, quando estava no banheiro de sua casa, com quase tudo pronto para levar à Valença, Sérgio telefonou.

Minha sobrinha me entregou o telefone no banheiro e, ali, o chão se abriu quando Sérgio me disse: “Perdemos Lucy!” Hã? O quê? “Perdemos Lucy!” Minha sobrinha à minha frente aguardava informações. “O que foi minha tia? O que painho falou?” Olhei nos seus olhos e lhe disse: Minha tia, sua mãe não está bem.

continua...

Relato extraído de meu livro A Vinha e o Gamo, págs. 90 e 91.

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